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Janeiro Branco: conheça a importância da segurança psicológica nas empresas 

Canal Mudes

O conceito de segurança psicológica foi cunhado, em 1999, pela pesquisadora americana Amy Edmondson, professora da Harvard Business School. Apesar de ser um termo relativamente novo, as organizações vêm percebendo sua importância e seus benefícios. Conforme a autora, a segurança psicológica é “o sentimento de poder falar abertamente sobre ideias relevantes, questões e preocupações” e “está presente quando os colegas confiam e respeitam uns aos outros. E se sentem aptos e até obrigados a serem francos”.  

 

A segurança psicológica permite que as pessoas sejam incluídas e ouvidas, sem medo de serem interrompidas ou depreciadas. Em um ambiente psicologicamente seguro, as pessoas têm a liberdade de ser quem elas são e expor o que pensam sem a preocupação de serem ridicularizadas pelas suas ideias ou perguntas, ainda que mal elaboradoras.  

 

Por essa ótica, ter segurança psicológica é sentir-se seguro e saudável emocionalmente para poder sempre propor ações de melhorias, sem medo de sofrer julgamentos por não saber se está certo ou errado, ou não dominar um determinado assunto. Em outras palavras, é não ter receio de errar, enfrentar adversidades, punições ou rejeições da liderança e dos colegas, e até mesmo perder o emprego por conta dos seus posicionamentos.  

 

Para as organizações terem colaboradores seguros psicologicamente, é necessário que esse tema seja amplamente debatido, informando a sua importância e os seus benefícios para todos. Amy descreve um ambiente psicologicamente seguro como “um clima de equipe caracterizado por confiança interpessoal e respeito mútuo, no qual as pessoas se sentem à vontade para serem elas mesmas”.  

 

Um ambiente psicologicamente seguro não significa que todas as pessoas sejam legais e que sempre vão concordar e elogiar tudo e todos. Trata-se de um ambiente aberto para sinceridade, considerando o desenvolvimento de habilidades, como empatia, educação e ética. Pessoas seguras psicologicamente, independentemente de serem introvertidas ou extrovertidas, sentem-se confiantes para expor suas questões.  

 

Colaboradores seguros psicologicamente promovem conversas corajosas e francas, visando ao aprendizado contínuo. Em organizações que não promovem a segurança psicológica, as pessoas priorizam a cultura do silêncio. Nas empresas onde há segurança psicológica, o silêncio, a insegurança, hostilidade e apatia coletiva não prevalecem.  

 

Os colaboradores precisam expor suas ideias, contribuindo com conversas sobre riscos, falhas, acertos e o que fazer rumo ao sucesso, não tendo medo de serem percebidos como incompetentes, ignorantes, negativos ou chatos. Para que isso aconteça de maneira assertiva, as empresas precisam oferecer segurança psicológica para todos, independentemente do nível hierárquico.  

 

Os indivíduos precisam se sentir livres, inclusive para manifestar ideias não populares. Ademais, assumir riscos ao adquirir o entendimento de que o erro faz parte do processo de acerto, da inovação, do atingimento das metas e, principalmente, compreender que eles podem ser transformados em aprendizados.  

  

Um dos benefícios da segurança psicológica é a redução do turnover. Com isso, a empresa ganha vantagem competitiva ao reter seus talentos. Um estudo publicado, em 2017, pela empresa Gallup revelou que apenas 3 em cada 10 colaboradores concordavam fortemente que suas opiniões eram consideradas no trabalho. A pesquisa calculou que, aplicando a segurança psicológica e mudando este número para 6 em cada 10 colaboradores, as organizações poderiam realizar uma redução em 25% na rotatividade, 40% na redução em incidentes do trabalho e 12% de aumento em produtividade. 

 

A segurança psicológica deve estar presente em todos os momentos e em todas as pessoas, mesmo que elas não estejam na empresa. Os líderes e a equipe de gestão de pessoas também precisam sentir-se psicologicamente seguros para que sejam capazes de disseminar essa cultura. Todos devem estar seguros, sentindo que fazem parte do negócio e são valorizados, ouvidos e respeitados.   

 

Líderes precisam ter uma postura colaboradora e facilitadora na construção de uma cultura de segurança psicológica e devem principalmente praticar o que divulgam. Muito se fala sobre a diferença entre um chefe e um líder, e a segurança psicológica afeta diretamente nesse sentido, porque quem não tem segurança psicológica é chefe, e quem tem é líder.   

 

Segundo as empresas SafeSpace e Vittude, algumas perguntas devem ser feitas para verificar a segurança psicológica nos colaboradores:  

  • Estão todos trabalhando e contribuindo com tranquilidade ou estão todos mentalmente esgotados e preocupados em perder o emprego?  
  • Eles se sentem confortáveis em trazer novas ideias ou em fazer perguntas que possam ser consideradas “bobas” perante a equipe?  
  • Eles se sentem confortáveis em expressar suas opiniões, mesmo que divergentes, sempre que entendem ser necessário?  
  • Se eles cometerem um erro, isso será usado a seu desfavor?
  • As pessoas são incentivadas a pedir ajuda a outros membros da equipe?
  • Percebe que a equipe rejeita os que são diferentes?
  • Percebe que alguém da equipe poderia atuar intencionalmente para sabotar ou minar os esforços coletivos?
  • Os membros desta organização se tratam com respeito e cordialidade?
  • A equipe precisa tratar de problemas relacionados com “ismos” (racismo, sexismo etc.) e outras ideias preconcebidas a respeito das pessoas? Se precisa, ela trata?

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